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Artigos Apple II no PC
Publicado no Caderno de Informática do Não podemos negar a importância da linha Apple II para a microinformática. Criado em 1977, este microcomputador foi um marco, pois foi o primeiro microcomputador para uso pessoal e profissional do mundo, com praticamente toda a gama de periféricos que hoje bem conhecemos. Até o surgimento dos PCs, o Apple II era a única alternativa, que cativou milhões de usuários no mundo inteiro, com uma base de software de dar inveja a qualquer PC. Além disto, estipulou diversos padrões adotados até hoje - em especial a utilização de "slots" para a inserção de cartões periféricos e a utilização de uma arquitetura aberta. Mesmo após a chegada dos PCs, o mercado de Apple II continuou com um número realmente expressivo de usuários. Pelo motivo da arquitetura aberta, chegamos ao cúmulo de termos mais de 20 clones diferentes do Apple II aqui no Brasil. Nomes como Exato, Unitron, Elppa II, Maxxi, TK 3000 etc. Por causa da reserva de mercado, outros micros não podiam ser importados legalmente e nos restava a utilização de micros produzidos pela pseudo indústria brasileira, ou seja, clones de Apple II, IBM PCs e XTs. O fim da reserva de mercado, significou também o fim da linha Apple II no Brasil. Ficou fácil a aquisição de qualquer 386 da vida e não havia motivos para continuarmos com um micro obsoleto e que apresentava poucos recursos comparado a um simples 386 com disco rígido, mouse e Windows. Um grave problema surgiu: como fazer para transportar todos os nossos dados - como textos, planilhas e bancos de dados - que há anos vínhamos mantendo no nosso Apple II para o PC ? Os disquetes de Apple não podem ser lidos no PC, pois são formatados de maneira completamente diferente... Há várias pessoas nesta sinuca e que mantém o Apple no armário para quando precisam ler e imprimir um arquivo antigo... Uma alternativa muito interessante é a utilização do programa CrossWorks, da SoftSpoken, Inc. Através de um cabo conectado à porta serial do Apple (Super Serial Card) e de uma porta serial do PC, arquivos do Apple podem ser lidos e armazenados no PC e vice-e-versa. Este software permite ainda a conversão de planilhas do Appleworks para o Lotus 1-2-3, textos do Appleworks para Wordperfect e bancos de dados do Appleworks para o Dbase - entre outros aplicativos mais comuns - fazendo com que não seja necessário nenhum outro programa "especial" no PC. Finalmente chegou uma alternativa importante para todos os aficcionados pelo Apple II que se sentiram órfãos: a utilização de um emulador de Apple II no PC. O emulador mais poderoso existente atualmente é o AppleWin, um freeware escrito por Michael OBrien, com todos os recursos de um Apple //e com 128 KB de RAM e 80 colunas - em especial a dupla alta resolução. O AppleWin é um programa 32 bits escrito para Windows 95, Windows NT ou Windows 3.x com o driver WIN32S instalado. Figura 1: O que parecia impossível: Locksmith sendo executado no PC ! O emulador se porta exatamente como um Apple //e, dando boot através de disquetes virtuais - arquivos contendo imagens de disquetes de Apple. Através de um programa especial - como o Apple Data Transfer - é possível ler no Apple um disquete e enviá-lo ao PC byte-a-byte através de cabo conectado na porta serial de ambos, de modo que um arquivo de imagem seja montado. Como uma face de disquete de Apple possui 140 KB, um arquivo contendo a imagem de um disquete de Apple - normalmente com a extensão DSK - também possuirá este tamanho. Uma vez no PC, estes arquivos podem ser armazenados livremente em disquetes de PC, discos rígidos, BBSs e Internet. Desta forma, há uma nova fonte de programas para Apple II: a Internet. Arquivos de imagem podem ser novamente transformados em disquetes de Apple utilizando o processo inverso ao descrito anteriormente. Os aficcionados poderão continuar aquele joguinho que tinham parado por terem aposentado o seu Apple II... Figura 2: Clássico: Karateka do Apple agora no PC ! O maior site da Internet sobre Apple II fica em ftp://ftp.apple.asimov.net. Lá você encontrará todos os programas citados, além de centenas de imagens de discos de Apple II.
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