English Version
Anuncie aqui |
O autor Gabriel Torres é formado em eletrônica e é hoje considerado um dos maiores especialistas em hardware, manutenção e configuração de micros do Brasil, segundo a mídia especializada. Possui atualmente 11 livros publicados sobre o assunto (todos pela Axcel Books), entre eles os best sellers Hardware Curso Completo 3ª edição, Manutenção e Configuração de Micros e Montagem de Micros Curso Básico & Rápido. É colunista do Caderno de Informática do jornal "O Dia" (RJ), onde assina três colunas fixas: Dicas do Prof. Gabriel, onde apresenta dicas e novidades tecnológicas; Microteste, onde, uma vez por mês, faz testes comparativos entre peças de hardware; e a seção de cartas, onde responde às dúvidas dos leitores. É também Coordenador do Laboratório de Tecnologias Avançadas do Instituto de Tecnologia ORT do Rio de Janeiro, maior instituição não governamental de ensino técnico profissionalizante do mundo, presente em cerca de 40 países. Nesta instituição ministra seus cursos, seminários, palestras e workshops na área de hardware, manutenção e configuração de micros, além de ser professor do segundo grau técnico do Instituto nas especialidades de eletrônica e informática. O Site de Hardware do Prof. Gabriel Torres é considerado o melhor site brasileiro de informações técnicas sobre hardware, manutenção e configuração de micros, tendo ficado entre os dez melhores sites brasileiros no concurso IW Best 97-98, promovido pela revista Internet World.
Dicas para se entender com o micro Ele é conhecido como o professor Gabriel, tem 24 anos e é o autor de livros sobre informática que mais vende no país, com 50 mil exemplares comercializados. Formado em eletrônica, ele diz que desde os 9 anos costuma desvendar os segredos do micro. O seu último lançamento é a 2ª edição do livro Manutenção e Configuração de Micros Para Principiantes, lançado pela Axcel Books, 544 páginas, R$ 69,00. O professor ensina algumas lições importantes sobre profissionais da área: cheque as credenciais daqueles que se dizem técnicos e pense duas vezes antes de chamá-los. Afinal, pode ser algo que o usuário consiga resolver. Com a experiência de quem corrige um problema com a mesma facilidade que aperta o botão enter, o professor diz que é possível aprender em 15 minutos as principais lições para se virar sozinho. Exageros à parte, este livro não é um Lair Ribeiro do mundo do hardware. Mas traz boas liçõe spara usuários que sejam aprender o caminho da salvação. Nesta entrevista concedida à reportagem do DIÁRIO, Gabriel Torres dá dicas para que até os mais incautos façam as pazes com o seu PC. E revela como consegue escrever tantos livros, manter um site de sucesso e se divertir, porque nem todo dia é dia de nerd. Este, aliás, é um estigma que irrita o professor. Ele garante que é uma pessoa normal e que gosta de cinema e pizza. Quais os problemas mais freqüentes: erro de instalação, de manutenção ou falta de conhecimento do usuário? Infelizmente, o problema mais comum é a falta de conhecimento do técnico e não do usuário. Fizemos uma pesquisa recentemente e 66,22% dos entrevistados apontaram que o principal problema do mercado era justamente esse. Quando o micro apresenta um erro de instalação, manutenção ou mesmo quando o usuário tem dificuldade, ele procurará um profissional, certo? Mas e o se o profissional não for tão "profissional" assim? Isto é, e se ele não tiver tanto conhecimento? Infelizmente, em nosso país, a maioria das pessoas não se preocupa com a sua própria formação, fazendo com que exista no mercado muitos profissionais sem o conhecimento adequado. Eu queria que o professor Gabriel desse três dicas para aumentar o desempenho do PC... A principal é na escolha do micro. Muita gente escolhe o micro baseado no preço e acabam comprando micros de baixa qualidade e baixo desempenho. Como hoje em dia classificamos o micro inteiro pelo processador (Pentium II, K6-2, etc), ocorre de o usuário pensar somente no processador que o micro terá, esquecendo de se preocupar com os demais componentes, especialmente a placa-mãe, placa de vídeo, o disco rígido e a memória RAM. Dessa forma, a principal dica é pensar no micro como um conjunto e não somente no processador da máquina. Se você quer um micro de alto desempenho, fuja das placas-mãe que tem vídeo embutido (on-board), pois apresentam desempenho inferior ao de micros sem essa característica, isto é, micros com placas de vídeo avulsas. E, finalmente, não basta ter um micro possante: a configuração do sistema operacional deverá estar correta, para que o micro trabalhe no topo de seu desempenho. Isso inclui, principalmente, a configuração correta do vídeo e a instalação dos drivers de bus mastering (esses drivers acompanham a placa-mãe em um disquete ou CD-ROM e a maioria dos técnicos, por não terem o devido conhecimento, não os instala). O que um usuário domestico pode fazer sem a ajuda do técnico? Em geral, problemas de configuração de programas, além da própria instalação de programas. Diversos novos dispositivos - sobretudo os novos periféricos USB - são muito fáceis de serem instalados, não necessitando de auxílio do técnico. Qual é a hora de chamá-lo? Quando algo está errado ou quando você precisa de um auxílio para usar algum periférico novo (ex: gravador de CD, scanner, etc). Quais as qualidades indispensáveis de um bom técnico? A principal: ser profissional. Há muitos técnico, mas poucos profissionais. Em minha opinião, o que mais falta no mercado é profissionalismo. E isso engloba ética, pontualidade, honestidade, organização etc. E quem deseja entrar nesse mercado de assistência técnica, quais as dicas que você dá? Fazer um curso ajuda, mas não é suficiente. Você precisa ler muito, estar sempre atualizado, para ter um bom embasamento teórico. Sem embasamento teórico nenhum técnico vai longe, pois a cada dia surgem novos dispositivos. Um técnico que saiba como as coisas realmente funcionam, não terá dificuldade em entender o funcionamento de novas peças. Além disso, você precisará praticar bastante, para ganhar experiência. Qual o valor médio cobrado por hora de serviço? Isso depende de inúmeros fatores: o grau de experiência do técnico, o mercado de trabalho (isto é, a cidade), o tipo de cliente, etc. Além disso, enquanto em todo lugar do mundo é comum cobrar-se por hora, aqui no Brasil, principalmente o usuário final, fica desconfiado que o técnico irá "enrolá-lo" para ganhar mais. Eu particularmente não recomendo ninguém a cobrar por hora, mas sim dar um orçamento de quanto irá custar o serviço após uma verificação pessoal do que está ocorrendo. Mas, entre os que cobram por hora, o valor normalmente varia entre R$ 30,00 e R$ 80,00. Vamos falar do professor.... Quem é o professor Gabriel? Sou especialista em hardware, manutenção e configuração de micros, além de ser o escritor de livros de informática mais vendido no Brasil, segundo as principais listas de best-sellers. Sou colunista do caderno de informática do Jornal O Dia (RJ), onde assino três colunas: Dicas do Prof. Gabriel, Cartas e Microteste (esta é mensal). Tenho dois sites na Internet, o Hardware Site (www.gabrieltorres.com) e o Clube do Hardware (www.clubedohardware.com). Além disso, sou coordenador do Laboratório de Tecnologias Avançadas do Instituto de Tecnologia ORT. É nesse laboratório onde escrevo meus textos e faço testes. O ORT é uma escola técnica onde eu ministro aulas para o 2º grau técnico (eletrônica e informática), além de realizar os meus cursos de hardware, onde formo técnicos em manutenção de micros. Mas fora isso sou uma pessoa normal! Gosto de pizza e de passear! Às vezes as pessoas ficam com a impressão de que, como faço muita coisa, eu sou daqueles nerds bitolados, que só querem ficar trancados em casa na frente do micro. Para você ter uma idéia, eu não tenho micro em casa (bem, essa foi uma atitude drástica para evitar que eu trabalhasse nas horas de lazer)! Quantos livros você já lançou e quantos livros você já vendeu? No total já lancei 10 livros e já vendi mais de 50.000 exemplares. Qual a sua formação? Sou técnico em eletrônica. Quantos anos você tem e com quantos anos começou a trabalhar com informática? Tenho 24 anos (faço 25 em julho) e comecei a trabalhar profissionalmente com informática aos 14 anos. Tenho computador desde os 11 anos de idade e sempre me interessei muito por eletrônica. Para você ter uma idéia, aos 9 anos eu já colecionava revistas de eletrônica (Be-a-bá da Eletrônica, Eletrônica passo-a-passo) e já montava circuitinhos. Sempre trabalhei com o que eu gosto. O seu site é um sucesso na Internet. Quantos acessos por dia? São cerca de 2.700 acessos de pessoas diferentes por dia, pouco mais de 80.000 acessos por pessoas diferentes por mês. Que tipo de soluções o usuário vai encontrar no site (gratuito e pago) Em meu site há centenas de dicas, artigos e testes. Nesse material há principalmente explicações sobre o funcionamento das peças do micro e diversas dicas sobre o assunto. Por exemplo, no teste sobre placas de vídeo há dicas de como aumentar o desempenho de sua placa. Dentre todo o material existente, o que faz mais sucesso é a série "Montando pequenas redes", que ensina ao usuário a montar a sua própria rede. Infelizmente não posso responder a todos os e-mails com dúvidas que me são enviados (cerca de 2.000 e-mails por mês). Fiz uma conta simples: para responder a todos esses e-mails, teria de trabalhar 11 horas por dia, inclusive sábados, domingos e feriados, sem remuneração. Para atender a essa demanda, criei um serviço diferenciado, chamado Clube do Hardware. Nesse serviço, o usuário se associa mediante o pagamento de uma taxa (R$ 50,00 por três meses de acesso) e pode ter todas as suas dúvidas respondidas, além de contar com outros serviços não existentes no Hardware Site, como boletins diários de notícias, sorteios semanais de peças de computador e palestras virtuais. Agora eu queria conhecer o perfil do usuário... Pentium III ou K6-III? K6-III. Micro montado ou micro de grife? Montado. Bill Gates ou Linus Torvalds? Bill Gates até 1981; Torvalds hoje. Upgrade ou PC novo? PC novo, se tiver o dinheiro. Macintosh ou PC? PC. Mas se eu trabalhasse com editoração, manipulação de gráficos, etc, sem dúvida optaria pelo Mac. A configuração dos seus PCs é: Tenho vários micros à disposição, mas o do meu dia-a-dia é um Pentium MMX-233 com placa-mãe Soyo, 32 MB de RAM, placa de vídeo Trident, disco rígido de 3,2 GB, placa de som Sound Blaster 16 e CD-ROM 32x. Não preciso mais do que isso para usar o Word! Mas, em testes (ou outras ocasiões especiais, por exemplo, naqueles dias em que não estou querendo trabalhar), normalmente uso um Pentium II-333 com placa-mãe Soyo, 64 MB de RAM, placa de vídeo Diamond Viper v330, placa de som Sound Blaster AWE 64 e disco rígido de 3,2 GB.
As inúmeras histórias de um viciado em tecnologia
O professor Gabriel Torres é um carioca de 24 anos que se interessou cedo pela informática. Aos 9, já colecionava revistas de eletrônica e montava "circuitinhos". Dois anos depois, ganhou o primeiro micro e não parou mais. Com 14 começou a trabalhar profissionalmente na área, fazendo a manutenção de micros (na época, Apple II). "Estudar eletrônica foi uma conseqüência. Minha avó diz que uma das primeiras palavras que aprendi foi parafuso", brinca. Em 1996, Torres publicou seu primeiro livro, "Hardware Curso Completo", que logo tornou-se best-seller na área. A segunda edição já é um dos livros especializados mais vendidos no Brasil. Em entrevista ao JC, Torres revela que em maio do próximo ano virá ao Recife trocar idéias com os pernambucanos. JC - O que você vai mostrar aos recifenses? GABRIEL TORRES - Será um workshop de aperfeiçoamento para profissionais da área de informática, mas é também aberto (e recomendado) a estudantes e entusiastas da área. Os principais assuntos serão novas tecnologias, como arquitetura de placas-mãe, novos processadores, chipsets, novos tipos de memória RAM, Bus mastering e muito mais. As inscrições já estão abertas. JC - Você afirma que seu site é o primeiro da área de informática traduzido para o inglês. Por que isso ainda não é um hábito comum no Brasil? GABRIEL TORRES - Falta uma visão de que um site na Internet é um negócio. Muita gente considera coisas como a tradução de um site para inglês como um gasto desnecessário. Gastei uma quantia considerável de dinheiro para traduzir o meu site. Mas não vejo isso como um gasto e sim como um investimento, que ajudará o meu trabalho a ser conhecido não só no Brasil, mas no mundo inteiro. JC - E a idéia do livro? Como surgiu? GABRIEL TORRES - Eu já havia montando o meu Curso de Hardware no Instituto de Tecnologia ORT do Rio de Janeiro. Esse é um curso que existe até hoje, onde formo profissionais para trabalhar em hardware. Estava precisando de material didático para o curso, então tive a idéia de escrever meu primeiro livro, em 1996: Hardware Curso Completo. Hoje já está em sua segunda edição. JC - Qual a sua avaliação sobre a disseminação da informática no País? GABRIEL TORRES - De alguns anos para cá, a microinformática deu um "boom" no país. Mas ainda faltam dois pontos essenciais para que todo mundo passe a usar computadores. Primeiro, que fiquem mais baratos e, segundo, que se tornem mais fáceis de ser usados. Afinal, muitas pessoas não utilizam computadores porque acham extremamente difícil operar com esse tipo de máquina.
Hardware avançado nas mãos do guru Gabriel Torres O Povo - Qual a avaliação que você faz dos profissionais que estão procurando aprender mais sobre hardware no Brasil? Gabriel Torres - Uma grande vantagem do profissional brasileiro sobre o estrangeiro é o jogo de cintura. Todo mundo aqui sabe fazer um "quebra galho" de maneira mais fácil, mais rápida. O que falta realmente é formação: o profissional aprender como as coisas devem ser feitas. A carência fica por conta da falta de educação, de treinamento. Mas os profissionais não deixam nada a dever. OP - Qual a tendência que vigora atualmente no mercado nacional, em se tratando de profissionais ligados à área de hardware? GT - Hoje esse mercado está se ampliando, até porque cada vez mais pessoas têm computadores em casa, e elas vão precisar de mais profissionais para consertar esses computadores. É um mercado promissor e, no Brasil, temos bons profissionais e outros que não são bons, e isso é igual em qualquer outro lugar do mundo. OP - Qual a dica que você dá para quem não tem domínio nenhum de hardware, mas está querendo começar a aprender sobre o assunto? GT - Quem quer aprender sobre hardware tem que ter algumas coisas em mente. A primeira: não ter medo de experimentar. Às vezes as pessoas ficam muito limitadas, pensando "não vou fazer", com medo de queimar alguma coisa. Tem certos procedimentos que, obviamente, vão queimar o computador, principalmente em se tratando de hardware. Mas é importante não ter medo de tentar. É importante também ler muito sobre o assunto, fazer cursos, procurar informações na Internet e conversar com profissionais atuantes no mercado. Não pode ter vergonha de perguntar, de tirar dúvidas. Só conversando que a gente se entende. OP - Como surgiu o convite para você vir a Fortaleza? GT - Eu tenho um curso no Rio de Janeiro em que formo profissionais para a área de hardware. O pessoal da A&M me procurou e perguntou se eu não queria fazer um seminário em Fortaleza, para melhorar o mercado local, atualizar os profissionais. Isto porque muitas vezes as pessoas querem aprender a consertar um computador na prática, sem embasamento teórico. Eles me convidaram também até por uma necessidade deles mesmos, porque estavam procurando se especializar um pouco mais. OP - Esse seminário, então, é mais voltado para a teoria? GT - É mais teórico. Num curso rápido como esse, não há condições de se fazer muita prática, até pelo número de pessoas que estão juntas assistindo à aula ao mesmo tempo. No meu curso, no Rio, eu tenho 10 alunos por turma, onde posso dar atenção a todo mundo e realmnete formar um bom profissional. Como este é um seminário de poucos dias, e eu nem sempre vou estar aqui, tem mais gente querendo ver. Acho que agora (quarta-feira, dia 4) já são mais de 50 inscritos [O seminário teve 70 pessoas inscritas]. Não há condições de fazer apresentações práticas com cada um. Então, faço apresentações e a parte prática é relativa aos estudos de casos. Para o último dia, foi programada uma aula só de perguntas e respostas, uma espécie de consultoria.
Uma fera no mundo hardware
Gabriel Torres tem apenas 24 anos, mas já é, reconhecidamente, um dos maiores especialistas brasileiros em hardware, manutenção e configuração de computadores. O seu conhecimento sobre máquinas está reunido em oito livros, todos da editora Axcel Books, que já venderam mais de 30 mil exemplares. Hardware Curso Completo 2ª Edição, que está chegando às livrarias, é a primeira obra de informática de um autor nacional a ser lançada em capa dura. O jovem, que aos três anos já desmontava eletrônicos, mantém seu próprio curso no Instituto ORT, organização não-governamental de ensino técnico profissionalizante, no Rio de Janeiro, onde coordena o Laboratório de Tecnologias Avançadas. Sua página na Internet, (www.gabrieltorres.com) classificada como um dos 10 melhores sites nacionais no concurso IW Best 97/98, tem orientado milhares de usuários de todo o país na hora de comprar uma máquina. Nesta entrevista, Torres conta como se tornou um craque no mundo do hadware. Zero Hora - Você é bastante jovem para ser um especialista em hardware. Com quantos anos começou a mexer com computadores? Gabriel Torres - Ganhei o meu primeiro microcomputador quando fiz 11 anos. Aos 14 já consertava micros profissionalmente. Eram modelos Apple II. Naquela época era preciso muito conhecimento em eletrônica para fazer esse tipo de trabalho. Por isso, eu lia todos os livros e revistas que encontrava sobre o assunto. Também aprendi muita coisa na prática. Depois só segui o caminho mais óbvio, fui estudar eletrônica. Sempre fui precoce nessa área. Segundo a minha avó, uma das primeiras palavras que aprendi a falar foi pafuso. Aos três anos meu pai me pegou desmontando um gravador que ele tinha acabado de trazer de Manaus. Quando ele perguntou o que eu estava fazendo, respondi: Tô consetâno, pai. Aos oito anos costumava assustar a minha mãe com os robôs que construia desmontando trenzinhos elétricos e adicionando peças que comprava. Acho que o meu destino foi traçado bem cedo. ZH - O que mais chama a sua atenção nos computadores? Torres - O marketing. Na maioria das vezes os usuários não usam as melhores ferramentas nem adquirem os melhores produtos pela pressão dos fabricantes. Como cada um diz ter o melhor produto, acaba ganhando aquele que tem mais dinheiro para investir em propaganda e marketing. ZH - Tens um exemplo? Torres - Tenho, e bem recente. A Intel divulgou que o seu processador Celeron seria um bom processador para usuários iniciantes. Ocorre que testamos esse processador em laboratório e ele é mais lento que o Pentium MMX. Acontece que ele é mais caro que o Pentium MMX. Muitos usuários acreditaram no marketing e compraram um processador mais caro e com desempenho inferior aos demais processadores do mercado. ZH - Como você faz para se manter atualizado em meio a tantas novidades? Torres - A Internet está aí para isso mesmo. Além disso, leio muitos livros. ZH - Você certamente monta suas próprias máquinas. Quais os componentes de sua preferência? Torres - Isso depende muito da aplicação do micro. Mas quem acompanha o meu trabalho há mais tempo, sabe que sou fã do processador AMD, o K6-2, que é mais rápido e barato do que o Pentium II. ZH - Quais são as dúvidas mais freqüentes dos usuários? Torres - Ih, todas as possíveis e imagináveis. Recebo, em média, 2 mil consultas de leitores por mês. Entre as mais comuns estão os Hoax, nome dado à divulgação de notícias falsas via Internet. São e-mails que os usuários recebem de amigos divulgando vírus que não existem. Outras dúvidas são sobre a instalação do fax/modem, do kit multimídia e outros acessórios. O que mais chega são mensagens sobre falsificação de componentes, pois fui um dos primeiros a falar sobre o assunto em jornais, além de perguntas sobre componentes de baixa qualidade. Muitos compram o micro pelo menor preço, e depois descobrem que fizeram um péssimo negócio. ZH - Os usuários costumam fazer perguntas bem estranhas e criar situações engraçadas. Lembra de alguma? Torres - Uma engraçada foi a de um leitor que mandou um e-mail com a seguinte
mensagem: Gabriel, queria que você me ajudasse a configurar essa placa-mãe que segue em
attach. E, em attach, o cara me mandou a foto de uma mulher nua. Acho que ele queria
testar se eu realmente lia os e-mails que me eram enviados. Claro que respondi no mesmo
tom: para configurar essa placa-mãe terei que levá-la ao meu laboratório na sexta-feira à
noite.
|